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quinta-feira, 8 de abril de 2010

8 dicas para fazer uma dissertação nota 10

Muitos são os que procuram hoje em dia melhorar a maneira como escrevem. Procuram ser mais expressivos, mais corretos no uso da norma culta, mais críticos diante de um determinado assunto. Certo é que escrever textos dissertativos eficientemente não é um trabalho hercúleo. Por isso, passo a apresentar alguns pontos que considero importantes para a tessitura de um bom texto dissertativo:

1. Abasteça-se de informações. Começo este tópico com a velha ideia de que escreve bem quem lê muito. Nem comentarei a afirmação, mas conhecer o assunto sobre o qual se escreverá ajuda demais na escolha de boas ideias e no rumo que a argumentação irá tomar. Mais que isso, sempre afirmo que a pessoa que lê muito conhece melhor as estruturas da língua portuguesa e pode "brincar" com isso.

2. Crie o hábito de fazer resumos - Concisão é uma qualidade que poucos têm. Não é defeito ser prolixo quando a situação exige isso, mas num texto em que você deverá defender um posicionamento em 30 linhas, é melhor acostumar-se a falar muito em poucas palavras. Além disso, é uma ótima maneira de entender os enunciados dos exercícios.

3. Tenha um "equipamento de primeiros socorros". Dicionário (ainda que seja online), gramáticas, livros sobre erros de Língua Portuguesa. Na verdade, se você escreve no computador, não tem desculpa, pois até sites que corrigem seu texto segundo a nova ortografia já existem.

4. Escreva! Escreva diariamente. Vejo amigos "se obrigando" a escrever diariamente em seus blogs. Não estou nesse pé, mas considero importante que exercícios de escrita sejam feitos constantemente. Vale lembrar que o aluno vestibulando não tem tempo a perder. No caso dele, a relação entre inspiração e produção é sempre vista sob a ótica do tempo que dispõe para terminar a prova.

5. Enriqueça seu repertório vocabular. Não adianta. Não falo com meus alunos como se estivesse na alfabetização. Palavras como corroborar, beócio, vilipendiado, depauperado e outras fazem parte de minhas aulas. Gosto da alegria deles ao aprender uma nova palavra como "beócio". Na hora dizem que chegarão em casa e usarão na conversa com os pais. Sempre aviso, no entanto, que não devem dizer que eu ensinei. Brincadeiras à parte, devemos nos envolver em situações que exijam um vocabulário mais refinado. Não falo em soltar uma mesóclise numa conversa informal. Tudo tem sua hora e lugar.

6. Seja zeloso com a estética da redação. Evite a rasura, se acontecer use o seguinte procedimento:"... (excessão) exceção..." Desenvolva a boa caligrafia (redundante, né?). Use a linha toda e reveja como se faz separação silábica pra não ficar um espaço enorme no final de cada linha.

7. Quando possível, evite o uso das primeiras pessoas do discurso (eu, nós). Há casos especiais para elas. Usar a terceira pessoa dá a ideia de imparcialidade, ainda que falsa, na abordagem que se fará do tema proposto.

8. Treine as estruturas e os recursos que aprender: Falei anteriormente que a pessoa que lê muito conhece melhor as maneiras como a língua pode se revelar. "Escrever é a arte de cortar", dizia o escritor Ernest Hemingway, então não seja prolixo, hermético, o simples diz tudo.

Há de se considerar que as dicas dadas levam em consideração o contexto de produção. Falo neste post para quem se preocupa com o bom uso da Língua Portuguesa em sua forma culta. Não se trata de preciosismo, mas de preparar-se para situações que exijam muito mais que o "nóis vai, nóis fumo".

Disponível em:
http://www.analisedetextos.com.br/2010/03/8-dicas-para-fazer-uma-dissertacao-nota.html